Se é ódio não foi Amor
Por que bebermos a gota
Que cai do olho não sereno
E se espatifa toda rota
Por ser apenas veneno
Disfarçada em medicamento
Que halopaticamente
Em dose maior que o mal
Seca silenciosamente
-Isto é certo e até tem hora-
Ao próprio olhar que a chora
Como à lesma mata o sal?
Como encaminhar à luz
Quando a escuridão os banha
Porque o breu que os acompanha
Os aprisiona em negra cruz
No mato do sentimento
E sem nenhum consentimento
Num apropriar-se insano
Deliram que um ser humano
Seja Homem ou Mulher
Como objeto qualquer
Possam ter por propriedade
Censurando a vontade
Desrespeitando a opção
Do outro dizer que é “não”
Seqüestram a liberdade
Da busca da felicidade
Sem ver que a vida é assim:
Quando as relações têm fim
Só no passado ficam vivas
Na caixa das tentativas
E se aquela falhou
Virando ódio e maldade
Aquilo que acabou
Não era Amor de verdade...
Eu só sei que finalmente
Sou Feliz como sonhava
Com quem amo realmente
-Sei que para eternamente
Até muito além da vida
Onde tempo não há mais-:
A Minha Aparecida
-Gema das Minas Gerais-
Que me ensinou a orar
-Sendo eu Alma-Aprendiz-
Pelo que só sabe odiar
Pra que aprenda a ser feliz...