Minhas mãos
Em minhas mãos
Calejadas pelo tempo, ficam as marcas
Não apenas do serviço exausto
As marcas de tudo que fiz
De tudo que vivi de tudo que peguei com minhas mãos
Algumas vezes a tratei como merecia
Usando - as com delicadeza
Não somente com caricias de amor no ato em si
Mais em todos os momentos ao aproximar-me de uma mulher
Usava-as para entregar buques de flores, caixas de bombom
Usava-as para abrir a porta, estender as mãos
Usavas - as como as usavas
Quando precisava eram dura
Aos homens sem caráter, as situações que me levavam a fazer
Sinais de protesto balançando fortemente meus braços
Como dissessem, chega, basta à intolerância
Basta a ganância, basta, basta.
Essas mãos viveram épocas que me sustentavam como ninguém
Sofreram por marcas que eu mesmo fiz a elas
E mesmo assim faz parte de mim
São minhas próprias mãos
Que escrevo que as vejo hoje como é
Apenas mãos
Mãos que movem o mundo
Talvez meu próprio mundo
Minhas mãos são assim
Minhas próprias mãos
Que indecisão
Que gesto a mais farei
Como usarei as minhas próprias mãos
Uns usam para o bem
Outros para o mau
Alguns não as usam
Outros por sua vez
Gostariam de ter
E mesmo não tendo
Usam
Melhor do que eu e você que temos
E muitas vezes não sabemos como usar
Mãos são mãos
Pernas são pernas
Tudo faz parte do corpo
São os nossos membros
Parte de um todo
São mãos únicas
Minhas próprias mãos
Que movem o mundo
Talvez o meu mundo
Minhas mãos.