Minhas mãos

Em minhas mãos

Calejadas pelo tempo, ficam as marcas

Não apenas do serviço exausto

As marcas de tudo que fiz

De tudo que vivi de tudo que peguei com minhas mãos

Algumas vezes a tratei como merecia

Usando - as com delicadeza

Não somente com caricias de amor no ato em si

Mais em todos os momentos ao aproximar-me de uma mulher

Usava-as para entregar buques de flores, caixas de bombom

Usava-as para abrir a porta, estender as mãos

Usavas - as como as usavas

Quando precisava eram dura

Aos homens sem caráter, as situações que me levavam a fazer

Sinais de protesto balançando fortemente meus braços

Como dissessem, chega, basta à intolerância

Basta a ganância, basta, basta.

Essas mãos viveram épocas que me sustentavam como ninguém

Sofreram por marcas que eu mesmo fiz a elas

E mesmo assim faz parte de mim

São minhas próprias mãos

Que escrevo que as vejo hoje como é

Apenas mãos

Mãos que movem o mundo

Talvez meu próprio mundo

Minhas mãos são assim

Minhas próprias mãos

Que indecisão

Que gesto a mais farei

Como usarei as minhas próprias mãos

Uns usam para o bem

Outros para o mau

Alguns não as usam

Outros por sua vez

Gostariam de ter

E mesmo não tendo

Usam

Melhor do que eu e você que temos

E muitas vezes não sabemos como usar

Mãos são mãos

Pernas são pernas

Tudo faz parte do corpo

São os nossos membros

Parte de um todo

São mãos únicas

Minhas próprias mãos

Que movem o mundo

Talvez o meu mundo

Minhas mãos.

Sandro Sansão
Enviado por Sandro Sansão em 04/08/2009
Código do texto: T1736201