Olhos vidrados na janela
Olhos vidrados na janela,
Gotejante chuva de verão.
Pensamento invadindo o âmago.
Será que ela vêm?
Castiga o pinheiro
De fronte o lago revolto,
Oh Vento do Norte!
Leve tudo embora.
Espiral de folhas emaranhadas,
Como teu cabelo ao vento.
Galhos de saudade cor-de-terra
Na floresta beira-lago.
Será que ela vêm?
Pergunta a natureza sarcástica,
Brincando de esconder e achar
O que está menos evidente que o ar.
Passeia o espírito da floresta
Entre as copas em expansão,
Inquirindo incisivamente os passantes:
Será que ela vêm?