As muitas escolhas realmente embriagam
Todavia o sorriso que enfeitava seu rosto
esmaeceu, virou poeira levada pela brisa
e vi lágrimas escorrendo-lhe nas faces,
o sol já não iluminava seus olhos
Ainda assim, malgrado a súbita emoção
transformada em pranto perdurava
em seu semblante um quê de esperança,
tênue fio capaz de renovar o riso
É que viver é abismo de contrastes
rupturas de momentos, fascínio e temor,
angústias vulcânicas e doces instantes
quimeras, devaneios, sonhos e pesadelos
Existir é cruzar pontes tantas vezes frágeis
e somos levados a isso pelo ato de estar vivos,
a ninguém é dado escolher o amanhã
as muitas escolhas realmente embriagam
Tão delgada é a linha que divide os sentimentos
de modo que permanece invisível ao nosso querer
e nem sempre sabemos se a ultrapassamos
mas ao percebermos já tudo mudou no coração
Portanto, esse sorriso desvanecido tornado lamento
em pouco poderá voltar a ser euforia, êxtase,
eis que anda de braços dados com seu oposto
lado a lado com a antítese de sua hipótese