As muitas escolhas realmente embriagam

Todavia o sorriso que enfeitava seu rosto

esmaeceu, virou poeira levada pela brisa

e vi lágrimas escorrendo-lhe nas faces,

o sol já não iluminava seus olhos

Ainda assim, malgrado a súbita emoção

transformada em pranto perdurava

em seu semblante um quê de esperança,

tênue fio capaz de renovar o riso

É que viver é abismo de contrastes

rupturas de momentos, fascínio e temor,

angústias vulcânicas e doces instantes

quimeras, devaneios, sonhos e pesadelos

Existir é cruzar pontes tantas vezes frágeis

e somos levados a isso pelo ato de estar vivos,

a ninguém é dado escolher o amanhã

as muitas escolhas realmente embriagam

Tão delgada é a linha que divide os sentimentos

de modo que permanece invisível ao nosso querer

e nem sempre sabemos se a ultrapassamos

mas ao percebermos já tudo mudou no coração

Portanto, esse sorriso desvanecido tornado lamento

em pouco poderá voltar a ser euforia, êxtase,

eis que anda de braços dados com seu oposto

lado a lado com a antítese de sua hipótese

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 29/07/2009
Código do texto: T1726605
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