PÉTALA POÉTICA
Fora uma rosa embrutecida, presa a seu vaso,
por acaso...em raso cimento; mas...
por um momento,
ergueu-se em sua majestade de pétalas e cor,
para ser flor esquecida por olhos que a viram, e
lapsas mãos que um dia a tocaram.
Assim, nascia seu murchar e sua morte.
Mas com sorte, quem sabe, renascer...
quem dera...num grande jardim?
Sim!!
Ali, onde mira o horizonte e desfranze a fronte,
de passageiros admirados.
Tomara não nasça aflita, e nem tão bonita;
que suas folhas, sejam como enroscadas fitas,
para que o mais afoito, de violência e mau coito,
afaste logo o olho...deixando intacta sua raiz,
e não pouse ousado nariz, em êxtase,
levando ao exílio, seu suave perfume...
Tomara...enamore vagalumes,
e encante borboletas, crianças, passarinhos...
menos pelas pétalas, que por espinhos.
Caindo em bela envergadura, feito silhueta da lua,
sobre a terra...cujo útero a espera;
naquele tempo, entre a chuva e o vento;
onde rosas são amadas, sem necessário cio;
lá onde desconhece o vazio...das horas,
dos ciclos das que vão embora,
sem nunca terem sido flores,
nem nunca despertado amores,
em anônimas paisagens...
de passagem,
pela vida.