PÉTALA POÉTICA

Fora uma rosa embrutecida, presa a seu vaso,

por acaso...em raso cimento; mas...

por um momento,

ergueu-se em sua majestade de pétalas e cor,

para ser flor esquecida por olhos que a viram, e

lapsas mãos que um dia a tocaram.

Assim, nascia seu murchar e sua morte.

Mas com sorte, quem sabe, renascer...

quem dera...num grande jardim?

Sim!!

Ali, onde mira o horizonte e desfranze a fronte,

de passageiros admirados.

Tomara não nasça aflita, e nem tão bonita;

que suas folhas, sejam como enroscadas fitas,

para que o mais afoito, de violência e mau coito,

afaste logo o olho...deixando intacta sua raiz,

e não pouse ousado nariz, em êxtase,

levando ao exílio, seu suave perfume...

Tomara...enamore vagalumes,

e encante borboletas, crianças, passarinhos...

menos pelas pétalas, que por espinhos.

Caindo em bela envergadura, feito silhueta da lua,

sobre a terra...cujo útero a espera;

naquele tempo, entre a chuva e o vento;

onde rosas são amadas, sem necessário cio;

lá onde desconhece o vazio...das horas,

dos ciclos das que vão embora,

sem nunca terem sido flores,

nem nunca despertado amores,

em anônimas paisagens...

de passagem,

pela vida.

Mirea
Enviado por Mirea em 21/07/2009
Código do texto: T1712328