Súplica
Rogo aos céus,
Com o corpo prostrado em prece, um alento
Um pequeno sustento para essa era que padece
Da falta de carinho, calma e quietude
Deste tempo que velozmente corre sem pressa
Torturando almas e deixando atônitos
Filhos sem mãe que nada sabem, apenas vivem
Apenas sorriem se esquivando de erros
Maus caminhos e rotas tortuosas
Rogo aos céus um momento de paz
Para que todos possam pensar no mundo
Para que todos possam agir com a fé
Esquecendo de todo o egoísmo
Deixando que as folhas do outono forrem o chão
Da estrada arborizada
Elas nada pedem, apenas colorem a paisagem
Deleitando nossos olhos e fazendo brotar
No ventre da terra a semente de tudo
Rogo aos céus que todos possam ver e sentir
Que o mais importante seja observado
Que o inverno só dure o necessário
E que todas as missões se cumpram
E que no final do arco-íris o ouro transborde
Tal qual nascente de rio
Levando a todos a esperança
De que tempos melhores ainda hão de vir
E que nada foi em vão
Nem o amor, nem o perdão
E que a alegria reine soberana
E que tudo o mais se encaixe
Eu rogo aos céus...
E espero que alguém me ouça.
Poesia publicada no livro Viver: um jogo perigoso, de Márcio Martelli, Editora In House (2009).