PRECISO REGAR AS FLORES

Por favor, parem as guerras,

preciso regar as flores

e escrever um poema aos jardins

para ver o êxtase nos rostos

perdidos na rotina da vida

Serei como as aves

semeando florestas,

abelhas polinizando rosas,

castores desviando cursos d'água,

beija-flores que apagam

incêndios assassinos nas matas

Minhas mãos encalecidas

pela poesia se abrem aos pobres,

meus ombros são amigos

acolhendo sorrisos

que dilaceram tristezas

A escuridão foge ante

o abrir dos seus olhos

cor de esmeralda,

e a vida pára ao escutar

sua voz maviosa

falando ao meu ouvido.

Por favor acenda o sol

quando pintar o amanhecer,

as flores devem ser regadas

enquanto a luz se estende

sobre a terra e os jardins

e a lua já cumpriu o seu papel

Cubra a melancolia, peço,

e esqueça as chagas da vida:

preciso regar as flores

antes que a brisa suave

se transforme em tsunamis

e a morte emudeça o sorriso.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 17/07/2009
Reeditado em 18/04/2010
Código do texto: T1705439
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