Tem dia que é assim meio sem sentido.
Começa com aquela preguiça de levantar,
Com aquela prorrogação de cinco minutos,
Com aquela certeza de que a noite inteira
Não durou mais do que uma hora,
Que o mundo lá fora é um leão de boca aberta,
Que é dia de reunião chatérrima...
Mas o tempo não espera.
O único jeito é levantar e ir...
Ir sem força de ir,
Ir querendo ficar,
Ir só por ir,
Ir por obrigação - esta é uma espada no peito-
Ir porque não se tem outro lugar pra ir,
Ir porque tem boleto para pagar,
Tem cartão para vencer,
Tem cheque para cair,
Tem carnê a quitar,
Tem contas e mais contas... Todas chegando,
Todas " chegadas ".
Contas é uma carreta numa estrada deserta
Buzinando e de faróis altos a nos perseguir
No nosso Fusquinha 67.
Bem que poderíamos imbernar
Igual os ursos, as toperas...
E acordar nos braços macios de uma linda primavera.
Morremos a cada dia sufocados pela dor de existir,
Pela falta de dinheiro,
Pela falta de segurança - também somos
Cúplices da falta dela-
Pela falta de opção,
Pela falta de paz,
Pela falta de opurtunidades,
Pela ausência de vergonha - até mesmo nos nossos -
Pela falta de sinceridade,
Pela hipocrisia dos nossos semelhantes - claro,
Os bichos não são hipócritas -
Pelo desamor, pela angústia, a dor,
O crescimento da injustiça - também não conseguimos ser justos.
Morremos com a morte prematura de jovens
No trânsito, nas drogas, na desilusão,
Morremos junto com o pai sem pão e sem esperança
Para oferecer aos filhos ainda dependentes,
Morremos afogados na aflição das crianças
Vítimas da violência doméstica,
Da violência sexual, da violência moral,
Da violência do desprezo e da falta de sonhos.
Somos todos Zumbis.
Morremos a cada dia. Estamos perdendo cada vez
Mais a nossa sensibilidade, a nossa compaixão,
O nosso respeito, a nossa educação,
O nosso prestígio, a nossa moral;
Chamamos o errado de natural e inventamos desculpas
Para fugirmos das verdades,
Para não assumirmos culpas e deveres.
Que será de nós? Estamos perdidos!
O homem perdeu a sua direção.
O homem perdeu o seu contato com DEUS.
O homem perdeu DEUS.
Estamos como crianças desgarradas dos pais
No meio de uma multidão:
- choramos : mas ninguém ver;
- gritamos : mas ninguém ouve;
- imploramos: mas ninguém se importa.
Estamos todos muito ocupados para enxergar
O homem jogado na calçada,
Para ajudar a criança de estômago vazio...
Somos inocentes de tudo.
O problema é sempre dos outros - Hostis em LOST.
A TV desensina o que os pais ensinaram,
A novela nos convence que o caminho é a desordem,
A mídia modela nossas namoradas, esposas,
Esposos, namorados, companheiras e companheiros...
Tudo dentro de um formato cultural corrompido,
Dentro de um sistema de vida falido;
Homens e mulheres precisam esxistir
Dentro de uma silhueta " COMÍVEL",
Só quem é "COMÍVEL" pode ofecer prazer,
O sexo bom, mais doradouro...
Estão nos transformando em picanhas em espetos
Naquelas vitrines de churrascarias.
Todos querem sexo. Sexo sem responsabilidades,
Sem regras, sem conceitos, apenas deixar vazar
A gala*, virar o zóio, trocar o óleo...
E depois de tudo? Não haverá depois.
Depois de tudo só nos restará o amargo gosto
De que tudo não valeu a pena.
Vivemos uma mentira. E mentiras não valem a pena.
No ônibus lotado, no trem entupido,
No metrô pior ainda nós também morremos aos poucos.
Morremos porque nós mesmos estamos optando
Pelo fim das nossas vidas.
São estas coisas que as vezes nos faz sentir
Vontade de ficar na cama, de dormir o resto do dia,
De imbernar como um urso, uma topera...
Mas e aí?
Um longo sono nos faria acordar dispostos
A não aderir a este sistema de corrupção de almas?
E viva a democracia!!!!
* gala - esperma no Nordeste.
Começa com aquela preguiça de levantar,
Com aquela prorrogação de cinco minutos,
Com aquela certeza de que a noite inteira
Não durou mais do que uma hora,
Que o mundo lá fora é um leão de boca aberta,
Que é dia de reunião chatérrima...
Mas o tempo não espera.
O único jeito é levantar e ir...
Ir sem força de ir,
Ir querendo ficar,
Ir só por ir,
Ir por obrigação - esta é uma espada no peito-
Ir porque não se tem outro lugar pra ir,
Ir porque tem boleto para pagar,
Tem cartão para vencer,
Tem cheque para cair,
Tem carnê a quitar,
Tem contas e mais contas... Todas chegando,
Todas " chegadas ".
Contas é uma carreta numa estrada deserta
Buzinando e de faróis altos a nos perseguir
No nosso Fusquinha 67.
Bem que poderíamos imbernar
Igual os ursos, as toperas...
E acordar nos braços macios de uma linda primavera.
Morremos a cada dia sufocados pela dor de existir,
Pela falta de dinheiro,
Pela falta de segurança - também somos
Cúplices da falta dela-
Pela falta de opção,
Pela falta de paz,
Pela falta de opurtunidades,
Pela ausência de vergonha - até mesmo nos nossos -
Pela falta de sinceridade,
Pela hipocrisia dos nossos semelhantes - claro,
Os bichos não são hipócritas -
Pelo desamor, pela angústia, a dor,
O crescimento da injustiça - também não conseguimos ser justos.
Morremos com a morte prematura de jovens
No trânsito, nas drogas, na desilusão,
Morremos junto com o pai sem pão e sem esperança
Para oferecer aos filhos ainda dependentes,
Morremos afogados na aflição das crianças
Vítimas da violência doméstica,
Da violência sexual, da violência moral,
Da violência do desprezo e da falta de sonhos.
Somos todos Zumbis.
Morremos a cada dia. Estamos perdendo cada vez
Mais a nossa sensibilidade, a nossa compaixão,
O nosso respeito, a nossa educação,
O nosso prestígio, a nossa moral;
Chamamos o errado de natural e inventamos desculpas
Para fugirmos das verdades,
Para não assumirmos culpas e deveres.
Que será de nós? Estamos perdidos!
O homem perdeu a sua direção.
O homem perdeu o seu contato com DEUS.
O homem perdeu DEUS.
Estamos como crianças desgarradas dos pais
No meio de uma multidão:
- choramos : mas ninguém ver;
- gritamos : mas ninguém ouve;
- imploramos: mas ninguém se importa.
Estamos todos muito ocupados para enxergar
O homem jogado na calçada,
Para ajudar a criança de estômago vazio...
Somos inocentes de tudo.
O problema é sempre dos outros - Hostis em LOST.
A TV desensina o que os pais ensinaram,
A novela nos convence que o caminho é a desordem,
A mídia modela nossas namoradas, esposas,
Esposos, namorados, companheiras e companheiros...
Tudo dentro de um formato cultural corrompido,
Dentro de um sistema de vida falido;
Homens e mulheres precisam esxistir
Dentro de uma silhueta " COMÍVEL",
Só quem é "COMÍVEL" pode ofecer prazer,
O sexo bom, mais doradouro...
Estão nos transformando em picanhas em espetos
Naquelas vitrines de churrascarias.
Todos querem sexo. Sexo sem responsabilidades,
Sem regras, sem conceitos, apenas deixar vazar
A gala*, virar o zóio, trocar o óleo...
E depois de tudo? Não haverá depois.
Depois de tudo só nos restará o amargo gosto
De que tudo não valeu a pena.
Vivemos uma mentira. E mentiras não valem a pena.
No ônibus lotado, no trem entupido,
No metrô pior ainda nós também morremos aos poucos.
Morremos porque nós mesmos estamos optando
Pelo fim das nossas vidas.
São estas coisas que as vezes nos faz sentir
Vontade de ficar na cama, de dormir o resto do dia,
De imbernar como um urso, uma topera...
Mas e aí?
Um longo sono nos faria acordar dispostos
A não aderir a este sistema de corrupção de almas?
E viva a democracia!!!!
* gala - esperma no Nordeste.