NAVEGANTE

Já não temo,
A noite escura,
O agito do mar,
O veneno,
Da amargura,
O peso dos remos,
Na insustentável nau,
A luta desigual,
O anjo da morte,
A me espreitar,
Os profundos cortes,
Expostos ao sal,
Não sei bem,
Como explicar,
Mas, sinto na nuvem,
Absurdamente densa,
A onipresença,
Divina,
Do Criador,
Um grande amor,
Que me ilumina,
Me faz crer...
No sereno amanhecer,
E navegar...
Navegar...
Navegar...
Sem temer.