PERSEGUIÇÃO

Fui fraco,

me feri.

Gritei à beira do abismo,

ninguém pode me ouvir.

Chorei lágrimas de sangue

quando a solidão ardia o peito.

No pranto desesperador,

somente minha sombra

testemunhava tamanha aflição.

Ao ser perseguido,

avaliei quem sou.

Encontrei-me submerso

em um canto desconhecido,

às margens de um teste

traçado pelo destino.

Tento seguir a estrela mais próxima,

às vezes me vejo cego, indefeso,

me perco na direção oposta.

Perdido me encontro.

Percebo a maldade lançada contra mim,

mas luto somente só, na ânsia que alguém perceba,

e me ampare com um afetuoso abraço.

O teste era esperado.

Porém incompreendido,

ao partir de uma porção do meu sangue,

hoje transformado em rocha.

A paz tão almejada

se encontra na minha saída.

As paredes me cercam como cela,

diante de olhares raivosos, julgativos,

por não serem quem sou.

Sei que tudo será diferente

quando o tempo se adiantar.

O precipício será tapado, dando lugar

a um jardim de flores cristalinas.

A mágoa pedirá socorro,

e o perdão será a chave

que encerra

nossa história.

Betim, 02 de setembro de 2006.

Vinício
Enviado por Vinício em 04/07/2009
Reeditado em 03/09/2020
Código do texto: T1682514
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