O bálsamo do olhar.
Me perco na calmaria desse mar,
Vejo flácido no fulgor do teu olhar,
Que mórbidos, sensações vem sentir.
Pois ostento aos olhos o vazio no ar,
Como ires desses olhos a sonhar,
Buscando o clímax, do agora e do porvir.
Sempre quando aqui posso estar,
Busco na ânsia desse olhar,
O tato, a carícia das mãos de veludo.
Na honraria que faço em corpo curvado,
No assanho do olhar quebrantado,
Flagro-me em beijos os teus lábios carnudos.
As páginas marcadas do opúsculo do horror,
brutalmente arrancadas e amassadas sem valor,
Ninguém na história, ou na fábula, jamais supos.
Poder com o tempo no espaço, permitir colar,
De forma simbólica do tempo apagar,
As letras mal traçadas de tempos depois.
Mas, quem não tem medo de olhares ciganos,
Que atrai ilusão, crueldade e enganos,
Na perfeição ordinária da exuberante rasão.
Se perde no imaginário afago, do querer
E pra não mais chorar nem sofrer,
Não olho mais os olhos, e sim, o coração.