JUSTIÇA

E de repente

Um clarão se fez.

A lua se juntou ao sol

Clareando a vida

E fazendo despontar no infinito

O brilho de uma estrela cadente.

O mar revolto se abrandou

E as ondas batiam serenas

Na areia a beira do mar.

Uma música suave tocou

E o som dos violinos

Encheu de ternura a natureza

Onde os pássaros a cantar

Anunciavam uma nova vida

Que acabara de chegar.

E o nascimento de uma criança

Prenunciava o sentido pleno

De alegria no ar.

Sublime visão

Que encantava o meu olhar!

E perdida em devaneios

Senti uma lágrima

Em meu rosto rolar.

E no encantamento desta hora,

Sem querer, comecei a chorar

E, com a face inundada de felicidade,

Chorando, comecei a orar.

“Senhor, que bom te encontrar

No brilho da lua e do sol,

Na luz de uma estrela que cai.

No barulho das ondas

Batendo suave na beira do mar.

No som da música

Entoada por um violino,

E, ao ver das entranhas da mãe,

O nascimento de um menino.

Que bom, através destas coisas

Te perceber e acreditar em ti.

E que bom, saber que além da tua,

Também existe justiça aqui”.

(Lenir MMoura)