A Poetisa Se Reencontra
À escrivaninha, redigia magoada. O que diria?
Encanto nos versos não via a mulher mal-amada.
Triste e frustrada, dizia-se incapaz de fazer poesia;
Nas palavras não lia a versão do pensamento. Nada.
Da artista com sopro divino na obra e na vida,
O Criador se apieda e a toma por jóia sagrada.
Aquela em cujas mãos a beleza da escrita é refletida,
Antes triste, por graça, de vitalidade é agraciada.
Sereno, um som musical; providencial pretexto?
Dado instante, colheu-lhe desprevenida, desarmada,
Sentimento surpressivo: na releitura do texto,
Orgulha-se a autora, agora realizada ... e bem-amada!