VENTO VAGABUNDO.


Um vento alegre e vagabundo,

Que dando a volta no mundo,

Trás para minha memória,

Lembranças, pedaços da nossa história.

Quando além do sol dourado,

Contigo de braços dados,

Ou às vezes simples e distraída,

Eu ficava qual ave adormecida,

À tardinha a sombra a sonhar.

E tu olhavas para mim,

E beijava os lábios meus,

Como as ondas beijam o mar,

E minha alma, irmã da tua,

Os braços para te estendeu,

E o meu coração apaixonado,

Em uníssono, junto ao teu bateu.

Numa noite de improviso,

No teu rosto, uma sombra apareceu,

Meu riso em mudo choro tornou,

Minha saudade ampliou-se ao céu.

E neste outono que se derrama,

Na minha alma agora sem amor,

E deixa vibrar em mim uma saudosa melodia,

E acorda no meu peito infinda dor.

E eu digo mesmo chorando,

A este vento que passa por mim detraído,

Que sinto ainda entre meus braços,

O calor deste amor nunca esquecido,

Por isto vivo sempre a lembrar,

Na companhia da doce solidão,

Mais no meu ser brilha uma pequena luz,

Que como esperança, aquece meu coração.

SALVADOR.25/05/09.
DOCEVAL