Utopia
Ele me fere, me machuca, me maltrata.
Não enxerga o que os meus olhos tem pra dar.
Não consegue decifrar os meus mistérios,
E angustia minha alma com palavras agradáveis...
Tenta ser o melhor que se alcança e fazer meus dias mais felizes,
Porém, sem ver, meu corpo chora grande pranto,
Em frases que me entrego incessante...
Bons amigos, linda história nós seríamos,
Se meu peito por ele não sofresse tanto,
Por sentir algo e não ser correspondido,
Mente, finge que é forte a todo instante.
Mas tão frágil sente a brisa que o queima,
dessa irrevogável decisão de amizade,
Nunca amantes, nunca amados um pelo outro,
Como dói nesse destino a crueldade...
Tão simples se pudéssemos sonhar
E no sonho sermos tudo que queremos
Eu seria tua e minha seria tua alma,
Tu serias meu amado, meu amante...
Mas dois corpos, duas vidas tão distintas,
Em estradas que construíram separadas,
São proibidas de sorrir o mesmo riso,
Incapazes de chorar a mesma mágoa,
Deixando adormecer de tudo a esperança...