A palavra fim.
Como poeta eu nunca irei dizer
Que está me faltando a inspiração
Sobre um turbilhão de coisa posso escrever
Desde um pensamento até a mais bela oração.
Uma abelha no seu vai e vem apressado
E a folha seca caida e jogada ao léo
O jardim pequenino mas bem cuidado
Aquela nuvenzinha branca passeando no céu.
Um clipe abandonado no canto da escrivaninha
O espaço sideral com sua imensa realeza
O revoar ligeiro de uma humilde andorinha
E a mulher brasileira com sua grande beleza.
Uma cigarra com a sua alegria no verão
A casa do João de Barro na paineira florida
O coaxar de um sapo na curva do ribeirão
E a imagem da lua clara no açude refletida.
Um tico-tico se espojando na areia
A chuva mansa molhando a terra devagar
Uma joaninha que sobre uma petala passeia
A saudade dolorida que faz a minha poesia chorar.
Sepre haverá algo digno de ser escrito
Por pequeno ou grande que isso for
A caneta do poeta faz o triste ser bonito
Tambem transforma em belas rima um dor.
Quando sentir que tudo estiver acabado
Vou me inspirar então na palavra fim
Pois rima com a frase:DEUS misericórdia de mim
E não me deixe entre as cinzas jogado.