AMADORISMO
Não é necessário saber técnicas,
para poder manejar o pincel.
Não é preciso conhecer as cores,
para pintar o corcel.
Na tela eu pinto flores
ainda que desidratadas,
pinto a paisagem distante,
o nômade sempre errante,
pinto também a minha lágrima.
Não é necessário saber pintar,
basta desenhar o sentimento,
colorir com preto ou branco
ou jogar cores vibrantes ao vento.
Na tela que eu pinto,
crio nova quimera.
Pinto pássaros cantando
deles escuto o canto,
muitas vezes lamento... Pranto.
Pinto o inverno e o verão,
o outono e a primavera,
as estações do rádio,
o coração em descompasso,
a tosca solidão,
pinto também a razão.