A BELA FEIA

Eu sinto vagar minha esperança,

Mas sinto latente a feia de bela voz,

Quebrando e largando fora o cinismo,

O que antes era escárnio humilhante,

O substitui o riso frouxo e o aplauso.

Eu vejo a feia cavalgando meu sonho,

Levanto esbaforido e descrente,

ante o suave som da sua presença,

uma música cantada com a alma,

meu coração é a paixão de um cego.

Eu quero a bela feia que me fez enxergar,

Louvando a vida em notas musicais,

Trazendo da inércia minha esperança,

Eu ouço meu grito de arrependimento,

Crendo na voz e não num rosto qualquer.

Hoje me sinto encantado com o mundo,

Pequeno na imensidão do universo,

Gigantesco na perspectiva do justo,

Enquanto eu ouço a verdade de uma voz,

Espalha-se o grito de surpresa em sua beleza.