Aconchego do eufemista
Se na lembrança da felicidade
Turva-se o céu na beleza escondida
Uma nostalgia terna e reprimida
Desejo, lembrança e saudade...
Foste a rosa entre as flores
A esperança de um futuro
O renascer sombrio e escuro
De um amor entre os amores...
Agora existo em uma semi-vida
Mendigando algum sentido
E na dor de minha ferida
Em vão algum forte antídoto.
Ao norte rumo sem noção
Mártir da incompreensão
Minha bússola, meu mundo
Algum sentimento profundo.
Sim, “chega de saudade”
Já dizia um grande poeta.
Sinto realmente a realidade:
Solidão é a forma concreta.
Imploro aos céus pela liberdade
Tirar minha vida, jamais
Um pouco de sensibilidade
Tenho visto em meus umbrais!
Me despeço agora em luto
Para depois viver na certeza.
O céu turvou-se em pureza,
Pois sei: Bendito és o fruto.