MUDANDO A ROUPA
Brasília, quando cheguei
E vi o teu chão queimado
Confesso, quase chorei
Saudade do verde amado
Respirei teu ar seco e frio
Senti doer-me o pulmão
Más, a dor vem do vazio
Que trago no coração
Vazio de muitas lembranças
Do teu verde emoldurado
Coisas de minhas andanças
Imagens do meu passado
Cada dia, um novo dia
Cada minuto lembrado
Olhando teu chão eu via
A solidão do cerrado
E olhando para o céu
Fiz-lhe em silêncio uma prece
Para que abrisse seu véu
E molhasse o chão que carece
Quando os olhos abaixei
Vejam minha alegria
Pois ao olhar, constatei
A chuva que já caia
Brasília minha, vai agora
Troca a roupa após o banho
De novo se revigora
Trazendo o verde de antanho.
Eu estarei esperando
Teu verde pra admirar
Com o coração ansiando
De novo, pronto pra amar.