Selva

A selva mora aqui

olhe para fora

olhe para você

tudo que vê

A selva

A multidão

onde estão os humanos?

não dizem que aqui é uma cidade

zona urbana

ha, ironia

mas não, não é civilização

aqui está a selva

Selvageria é tudo o que vejo

cadê a união?

Cada um por si

é a lei deste mundo

proteja-se, cuide-se

leões famintos te esperam á porta

para jantar, devorar-te,

seu sangue exala o sabor da carne

onças anseiam sua chegada

para o almoço

você é o desejo

o desejado

Aliás, teu fígado, que sabor é este

tua alma, tua vida

estão no cardápio de consumo

apimentado, regado de sangue

te devoram, saboreiam

o risco que corre é visível

a selvageria engoliu os humanos

transparece nos olhares

e agora o que restou?

só animais,

famintos e selvagens

Mas a fé na união

no bom, no bem,

proteção, amor

mesmo a dominação de selvageria

contudo

ainda resta a consciencia

para que os animais

deixem os humanos viverem

a luta por amor, por paz

por união e prosperidade

é contínua, é imortal

e ela reerguerá o mundo,

as pessoas, os interiores

deturpados por este mundo

selvagem

e na terra reinará

os seguimentos do bem

da alma, do espirito, do amor,

do ser humano

do indivíduo, resgate-se

no fundo de seu íntimo.

Amanda Martins
Enviado por Amanda Martins em 08/04/2009
Reeditado em 08/04/2009
Código do texto: T1529448