A MAGIA NO OLHAR

Foi de repente, eu não esperava

Ver na tarde fria, um mendigo passar.

Ele não andava, apenas se arrastava

Na perna, aquela cratera, mosca a pousar.

Olho nos olhos, vai me ajudar?

Um pedido silencioso de socorro

Foi captado pela energia do olhar,

Num fio de voz, ele diz: Senão morro.

Faço sinal com as mãos mostrando

Um lugar na calçada para ele se sentar

Sentado ouve um suspiro longo escapando.

Quando sente o corpo, na calçada descansar.

Por tudo que está passando, agradece

E percebe uma luz dele se aproximar

Ainda que do sofrimento padece

Ouve a voz, que diz: Vim sua chaga curar.

14/01/2009

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 06/04/2009
Reeditado em 26/08/2009
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