NASCI PARA ME INVENTAR

Nasci

para me inventar

diferente de mim mesmo.

Despejo

sonhos sabotados

por receios num nó bem apertado

na garganta da tristeza sem justiça.

O meu espírito

é festivo pelas diferentes

identidades que encerram destrancadas

a minha introspecção às acrobacias de vida.

Os meus sonhos são momentos

que deixam rasto poético no silêncio da alma.

Sou mera faísca

de uma característica solteira,

que envereda por caminhos artesãos

de esferas rolantes de lã fria que acolhe culpas.

Sinto-me uma planta

prematura neste vaso frágil da vida,

dou destaques fomentados em estilo avassalador.

Sou o sinal

de um impacto excêntrico em mar alto,

navegando na maré louca de um chá alucinante

de ervas mágicas no alivio da leveza sentimental.

Sou um triângulo

sonhador na face dos ingredientes

que me fazem soluçar na guerra do amor,

que me salga o terror aquando as tempestades

de paixão me espancam o olhar a bordo de um navio,

lotado de emoções seduzidas por emboscadas do entretanto,

fazendo-me hesitar abraçar a vida real à solta pelo meu rumo.

Encorajo-me

estável no ventre de um poema,

inquietado pela inocência denunciante

dos imbróglios que mudam o sabor dos meus acontecimentos.