Vida que te quero Viva
Vida que te quero Viva
Para alimentares nossos Sonhos
Nossos pais nasceram de grandes Sonhos
Nós nascemos de grandes Sonhos
Nossos filhos nasceram de grandes Sonhos
Que nossos netos nasçam de grandes Sonhos
Porque o Amor se confunde aos grandes Sonhos
E quando percebemos a Vida esta presente
E os grandes Sonhos realizados
Vida que te quero Viva
Na grande Miséria que guarda felicidades imensuráveis
Onde existe o grande valor das pequenas coisas
Vida que te quero Viva
Porque acredito que a Velhice não esta no corpo que geme
Mas sim na Alma indiferente ao renascer de cada novo dia
Vida que te quero Viva
Nos corpos que se contorcem, se cobrem se trançam.
Nas bocas que deslizam em malícias impublicáveis
Incompreensíveis ao dia que chega
Cúmplice da noite que vai
Vida que te quero Viva
Na chegada do filho, no beijo da mãe, no abraço do pai
Na fofoca dos vizinhos, no papo com os amigos,
Nos colégios, universidades, formaturas, aniversários, casamentos e bailões
Vida que te quero Viva
Nas músicas que cultivam o Amor, o cotidiano, a salvação do Mundo e do Homem
Vida que te quero Viva
Nas nossas decisões, determinações e avaliações
Vida que te quero Viva
Nas lembranças que guardamos
Na meiguice, no carinho, nas risadas dos bóias-frias, dos descamisados,
Dos sem-terra, dos maltrapilhos, dos indigentes, dos drogados, das
Lésbicas. E que as marcas de seus corpos e suas almas sejam cicatrizadas E suas veias se fechem e o sangue pare de jorrar.
Que o passado deles feito poeira que cega seja levado pelo vento.
E o Futuro, antídoto para tudo, deixe de ser a cura de nosso Tempo.
Vida que te quero Viva
No choro das crianças esqueléticas, andarilhas de olhos esbugalhados,
Das barrigas inchadas, dos pés descalços.
A Vida se humilha, mas é forte.
Alguns sobreviverão para nos Mostrar que nosso Descaso não é tudo.
Não se morre só pela Fome, mas de Fartura também.
Que o pão que sobrou para ti, não falte na Mesa de alguém.
Vida que te quero Viva
No Medo dos seqüestrados, nos Feridos de guerra, nas meninas e nos meninos Violentados no corpo e na alma, nos Aprisionados injustamente que pagam o que não
Devem e terão créditos a nos cobrarem pela nossa Indiferença.
Vida que te quero Viva
Na força dos Ventos nas tempestades
Na leveza do Vento nordeste nas tardes de verão
No raiar do Sol no meio do sertão
Nas Ondas que se erguem majestosas e,
No canto dos pássaros em homenagem ao nascer do dia
Na Lua Cheia que enamorada nos apaixona
No Verde dos campos, dos montes, dos abacateiros, bambuzais e dos araçás,
Das verduras, dos frutos amarelados e do capim gordura.
Das Águas cristalinas das cachoeiras, dos rios e das pedras negras.
Do autor:
Que a individualidade e a solidão não seja um senso comum.
A violência nos tem levado para as jaulas, as grades, as chapas de aço, os vidros blindados e a carapaça da indiferença.
De todas as proteções a indiferença e a fuga nos farão sobreviver, com certeza, mas feitos covardes, vivos até melhorar. Melhorar?
Desde quando enfrentamos um inimigo oferecendo as costas?