Aprender como se vive

Dos riscos que evitei

Trago a dúvida eterna...

Realmente me preservei

Ou vivi numa caverna?

Das brigas que não briguei

Trago em mim o ressentimento,

O perdão que não pratiquei...

As mágoas que mantive e o arrependimento.

Das amizades que não fiz,

Ficou a saudade dos momentos:

Que feliz ou infeliz

Teria vivido com fortes sentimentos!

Das lágrimas que não chorei

Trago os olhos vermelhos e sem calma,

As tristezas que não externei

E uma ferida na alma...

Dos sorrisos que não sorri

Trago as marcas do tempo...

Que passou e eu nem percebi...

Sem tempero, sem condimento.

Dos amores que não vivi

Trago os carinhos que não fiz,

Os beijos que não dei, não roubei e não pedi;

A sensação de que teria sido mais feliz!

Dos sonhos que não realizei

Trago a triste lembrança,

Das alegrias que não experimentei,

Por falta de fé e autoconfiança.

De tudo que fugi

Por medo de viver,

Trago o vazio do que não senti...

Buscando não sofrer.

E no tempo que me resta

Tenho a esperança!

De conseguir entrar na festa

E buscar com confiança:

Os riscos que não arrisquei...

As brigas das quais me esquivei...

Os amigos que não conquistei...

As lágrimas que contive...

Os sorrisos que não dei..

Os amores que não amei...

Os sonhos que apenas sonhei...

Viver sem medo, de aprender como se vive!

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