Intrusas

Sabem que as pequenas

E rotineiras decepções

São aquelas dores

que quase sempre

Mofam esquecidas

em algum canto do coração

Escondidas e com vergonha

Buscam exílio

no vazio da alma ferida

Vegetam refugiadas

no lar de um ego

Herméticas ao olho

externo do mundo

Corroem em silencio

um corpo feito refém

Que sonha e deseja

excluir as intrusas

Bem antes do tempo

da metamorfose

Que transforma

todo o conjunto invasor

Numa grande

e sempre amarga

desilusão