LIBERDADE AINDA QUE TARDIA
Soltas as amarras
Sob o céu vermelho
Nuvens cobrem as cinzas
Aves de rapina.
Quero o que é meu
Não vou sufocar
Vou estar aqui
Se o sol chamar.
Nada é de ninguém
Nada aqui é tudo
Se não tiver sol
Vou me retirar.
Largo minhas armas
Pra recomeçar
Chão de estrelas mudas
Sei que irei pisar.
No horizonte escuro
Surge um novo dia
Mesmo que sozinha
Eu tenha que chegar
Levo a minha lua
Minha mãe de prata
E a saudade tua
Nada vai mudar
E se acaso o amor
Queira me trazer
Pássaro cantante
De essência nua
Flor de luz no pântano
Vai resplandecer.
Que uma leve espuma
Nos meus pés descalços
Lave-me a tortura
Dos meus tristes ais.
E a alma livre, solta.
Possa então amar
Vestida de lírios
Ungida de paz.
08/02/2009