MANEQUIM
São meus gestos e jeitos
Que falam por mim.
Deixei-me moldar em gostos sutis.
Eu gostaria de falar
Por meu corpo.
Entender a linguagem que jaz
Subjacente a hábitos
Que tão pouco são meus.
Gostaria mesmo de tocá-lo.
Apreender sob o formato incólume
A fragilidade de meu ser.
Eu quereria rir por dentro
Feito menino travesso
E sorrir no rosto
A felicidade do porvir.
Nada de máscara a desfilar.
Quero transgredir meu compasso
E pisar meus passos além...
Ter mais espaços
Que as luzes e palcos.
Ser eu mesmo...
E reconhecer-me neste alguém!