ODE aos torturados.
Éramos POVO, suando e sangrando;
doendo, mas nunca se entregando
por debaixo do terno amarrotado,
sob as pancadas da barra de ferro,
sob as injurias dos DIABOS,
sob o martírio em nosso inferno.
Éramos FORTES na fragilidade,
da humilhante nudez ante os ignorantes,
na cadeira de aço que permitia o choque,
nos interrogatórios insanos finalizados na morte.
Éramos a voz que não se calava,
a escrita consciente que não declinava,
a força invisível que revolucionava,
a bandeira de luta que a DITADURA receava.
Éramos a esperança da democracia... Subjugada;
em CUBA, na ESPANHA, no BRASIL, na FRANÇA;
sob tortura, sem respeito, sem direitos,
na torpe visão dos algozes e déspotas.
Éramos... Porque assim ELES acreditavam,
contudo, somos o esteio da liberdade,
lembrados e louvados em homenagens póstumas.
Porque o corpo verga, os ossos quebram,
a carne frágil sangra e apodrece,
mas os ideais não morrem.