ODE aos torturados.

Éramos POVO, suando e sangrando;

doendo, mas nunca se entregando

por debaixo do terno amarrotado,

sob as pancadas da barra de ferro,

sob as injurias dos DIABOS,

sob o martírio em nosso inferno.

Éramos FORTES na fragilidade,

da humilhante nudez ante os ignorantes,

na cadeira de aço que permitia o choque,

nos interrogatórios insanos finalizados na morte.

Éramos a voz que não se calava,

a escrita consciente que não declinava,

a força invisível que revolucionava,

a bandeira de luta que a DITADURA receava.

Éramos a esperança da democracia... Subjugada;

em CUBA, na ESPANHA, no BRASIL, na FRANÇA;

sob tortura, sem respeito, sem direitos,

na torpe visão dos algozes e déspotas.

Éramos... Porque assim ELES acreditavam,

contudo, somos o esteio da liberdade,

lembrados e louvados em homenagens póstumas.

Porque o corpo verga, os ossos quebram,

a carne frágil sangra e apodrece,

mas os ideais não morrem.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 02/02/2009
Reeditado em 06/02/2009
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