P'ra não dizer que não falei de fé
P’ra não dizer que não falei de fé.
De repente a vida vai-se,
foge ao controle e
o que se tenha construído
irá ruir, desaparecer.
Virá o choro, virá a culpa,
sentimentos de fracasso,
mais um entre tantos
esquecidos em algum armário.
Assim como vem, doi até
acomodar-se n’algum canto.
Sempre é uma luta
nova... outra velha luta.
A porta não está travada daí...
permanecem abertas
a possibilidades.
O obstáculo é que dobra.
Reluzem riscos, corroi-se a hora.
Há mais dias
com chuva, com sol.
Precursores,
que toda manhã insistente bate
em minha janela.