Bem quisera, à guisa de um beija-flor,
espalhar carinho por esses horizontes
e nas asas dos meus braços deitar
resquícios de perfume das flores
que beijasse enquanto seguia jornada

Nada relativo ou afeto à pieguice
mas em gestos muito humanos, sorrindo,
eu haveria de sussurrar paz aos ouvidos
cansados de escutar sobre guerras
e abraçaria a quantos morrem de solidão

Ah, por que não somos como beija-flores?
Tornemo-nos todos, então, apenas poetas
e enchamos as ruas de vozes em versos;
se não podemos beijar as flores, que beijemos
o chão sagrado da harmonia e da compreensão

Bem quisera, bem quisera! E se apenas
ouvissem, sim, só ouvissem a simplicidade
contida nos versos de quem faz da poesia sua vida?
Se houvera quem desse voz aos beija-flores,
ou se os beijos fossem poesia em flores!
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 29/01/2009
Código do texto: T1410493
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