Te esperarei.

Não quero que haja despedida, pois sempre que eu ver lenços acenando, ou mãos balançando sobre cabeças, alguma coisa vai molestar meu coração. Por isto é que quando posso, às vezes venho a esta estação, mas os meus preferidos são os trens que vem, e nunca os que vão, pois prefiro ainda sentir a áurea que se cria entre as pessoas que se encontram, que se abraçam numa linda euforia, do que lembrar daquela nevoa triste e fria que se mistura as lagrimas de quem já prevê a solidão.

Deixe que seja assim conforme lhe peço, não faça nenhum alarde que possa vir a comprometer esta separação, deixe que eu me sinta como quem desacredita da verdade, para poder manter minhas forças e sempre voltar a esta plataforma.

Vou manter as aparências, intensificar minha presença e me misturar com aqueles que ficam ali parados com os olhos correndo sobre os trilhos, e já que não houve adeus, quem sabe possa haver esperança! Pois as atitudes foram tomadas de um modo tão apressado que nem deu tempo do destino perceber, por isto é que sempre penso que no próximo trem que aqui parar, eu possa ver dele você descer.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 24/01/2009
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