A Fresta da Ilusão

Havia uma fresta

por onde entrava a inocência

Entrava a confiança

E a esperança de transformação.

Um dia a fresta dilatou

Suas bordas não suportaram

E um grande buraco se formou.

Este buraco

Ainda deixa entrar

Mas o que ali adentra

Não consegue se fixar.

Procura refúgio nas paredes

onde tenta se agarrar

Debate-se, desespera-se

Grita/Chora/Esperneia

Parede Lisa

Tem que se conformar.

Este buraco que um dia

fora fresta, não poderia

assim retornar?

O que é passado não pode

voltar

Quem sabe, enchendo o buraco com zelo

em um furinho ele possa

metamorfosear?

Luz que me guia
Enviado por Luz que me guia em 19/01/2009
Código do texto: T1393782
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