A palavra
Ecoa forte o grito na estrada
Da tua palavra tão encantada
No inicio... Era no peito calada
Soubestes soltar na manhã de domingo
E tudo de repente, ao redor, ficou lindo
Abristes com tua voz as portas e janelas
E o sol entrou pelas frestas e soleiras
Onde se pôde ver a multidão cantar
Sem mais o medo estampado nos olhos
Como se ali estivesse a chave do mundo
Que se abriu de um minuto a um segundo
Dando cores aos céus de um azul profundo
E o verde do mar se fez borbulhante
Como jardins de sonhos verdejantes
O vento se apresentou viril e uivante
Arqueando e sussurrando versos delirantes
O ser revolucionário se fez então presente
E iniciou-se a liturgia do versar penetrante
Somos dois marujos no amor navegante
Agora eu sou teu rei e és minha rainha
Presentes para sempre na mesma linha
Pelo menos nos versos, poemas e rimas...
Hildebrando Menezes