CANTO ESCURO
Longe de tudo e de todos
Tão longe que nem
Você mesmo, consegue
Ver a onde está
E nesta longa jornada
Encostado em um canto
Qualquer, apenas percorrer
Dentro de ti um vazio.
Tal vazio tão lógico
Que se esqueceu de
Se mesmo e procura
Algo bom ou ruim.
E com isto vai cruzando
Bem em tua frente
A princesa que encanta
E clareia as noites.
E neste canto encostado
Nem vê que ela
Está em teu ciclo maior.
Porém longe de qualquer
Ciclo nem sente a brisa
Que começa a anunciar
Um novo e encantado ciclo
E ali bem do que lado
Ao alcance de teus olhos
Buscando com todo encanto
Encantar teu ser.
E começa o vai e vem das nuvens
Percorrendo lentamente o espaço
Vindas de longe ou de perto
Bem devagar vem-se escurecendo
Só que como está tão longe
Não consegue ver a beleza
Do ajuntar das nuvens
Encobrindo no espaço o brilho da lua.
E por estas e outras que
Temos que procurar
O encantar de cada ciclo
Até mesmo além do horizonte.
Pois, tanto no clarear da lua
Ou na ajuntar da nuvens,
Em formar a escuridão da noite
Há muito a nós encantar.
Por isto, por mais longe,
Ou distante que estiver
Procure o encanto que encanta
Cada ciclo de seu tempo.
NUTE DO QUARA