UMA FLOR POR TEU DESABAFO

Menina errante que reside em lindo frasco de mulher sincera;

Quando teu verso alude o caminhar que erra, também ressalta tua luz interior;

Por que permites a tortura do terror, se o grão e a erosão se dão na mesma terra?

Não és cordeiro fingido ou íntima fera, tu és reflexo exato de teu próprio temor!

As conjunturas do fundamento quase sempre repercutem nos telhados;

E quando os planos desiludidos são frustrados, o seu incenso é desagravo à moral;

De fato é muito mal a compostura que vitima quem nos doa os amorosos brados;

Mas os desacertos silenciados eu me convenço que acrescem mais sabor a esse abjeto sal!

Tomara seja fácil algum dia seguir à risca o norte apontado pela familiar sabedoria;

Mas quem não tropeçaria, nesse invólucro imperfeito e vaidoso que todos somos?

Os verdadeiros lobos que não domamos não são supostas facetas da auto-hipocrisia;

A mais cruel anomalia se dá na pouca alegria a que nos conformamos!

Assim te digo, ó falsa loba e linda musa dos encantos mantidos;

Teus dias de fada não estão perdidos e mágicos contos irão reverdecer teus desencontros;

O destino há de te dá descontos e o gênio do amor atenderá os teus pedidos;

Serão revigorados os teus sentidos e boas lições hás de tirar desses confessos tombos!

“Nem mesmo o desabafo do remorso agredido por espinhos, impede o brotar da flor mal percebida que anuncia a esperança por novos caminhos”

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 07/01/2009
Código do texto: T1372138
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.