UMA FLOR POR TEU DESABAFO
Menina errante que reside em lindo frasco de mulher sincera;
Quando teu verso alude o caminhar que erra, também ressalta tua luz interior;
Por que permites a tortura do terror, se o grão e a erosão se dão na mesma terra?
Não és cordeiro fingido ou íntima fera, tu és reflexo exato de teu próprio temor!
As conjunturas do fundamento quase sempre repercutem nos telhados;
E quando os planos desiludidos são frustrados, o seu incenso é desagravo à moral;
De fato é muito mal a compostura que vitima quem nos doa os amorosos brados;
Mas os desacertos silenciados eu me convenço que acrescem mais sabor a esse abjeto sal!
Tomara seja fácil algum dia seguir à risca o norte apontado pela familiar sabedoria;
Mas quem não tropeçaria, nesse invólucro imperfeito e vaidoso que todos somos?
Os verdadeiros lobos que não domamos não são supostas facetas da auto-hipocrisia;
A mais cruel anomalia se dá na pouca alegria a que nos conformamos!
Assim te digo, ó falsa loba e linda musa dos encantos mantidos;
Teus dias de fada não estão perdidos e mágicos contos irão reverdecer teus desencontros;
O destino há de te dá descontos e o gênio do amor atenderá os teus pedidos;
Serão revigorados os teus sentidos e boas lições hás de tirar desses confessos tombos!
“Nem mesmo o desabafo do remorso agredido por espinhos, impede o brotar da flor mal percebida que anuncia a esperança por novos caminhos”