MINHA MARGEM
Coisas sempre passam e estou
Á margem de mim mesma
E essas tormentas permanecem
Se esvanecem
Se entristecem
Á margem de Medos
de Incertezas
de Devaneios
De tristezas
Quero talvez o impossível
O que não é verdade
Depois de ir e vir
Nessa finda caminhada
Abandonar o velho
Ousar-me ao novo
Misturar-me ao que vem
Esperar o que traz o dia
Mas aqui
Cinza como os invernos de desesperança...
Como a margem do que teima em me seguir
Que nunca ousarei medir
O que dentro de mim nasce
E por tão insano jamais cresce
E tão pouco rejuvenesce
Aqui nasce
Aqui morre...