OLHAI O ANO QUE SE VAI...

Um dia ao acaso

Descobri que ser vendaval ou tempestade

Nem sempre faz a diferença,

Que ser ou não ser não é a questão,

Que todos...

Mesmo que neguemos; somos negligentes

Somos desprezíveis,

Quando fechamos os olhos

Para a corrupção que produzimos

E pouco nos importamos...

Quem haveria de ser tão puro;

A ponto de abrir mão de suas riquezas por alguém?

Apenas um homem se fez carne,

Se fez pobre, se fez pó...

Em nossa podridão social

Fazemos da perseverança um ato de opressão...

Trancamos nossos veleiros

Para que o vento não nos leve do cais para o devasso mar...

Temos medo de nos perder na ressaca das ondas,

Mas, já nos perdemos parados no próprio cais,

Quem haveria de nos estender a mão?

Um ano que vem cheio de promessas?

Um ano que vai cheio de exaustão?

Não naufrague tua vida no porto...

Cada dia que vem traz consigo mais insegurança..

Uma companhia da mesmice,

Tolice...

Não peça aos céus mudança,

Apenas mude;

Não compre tudo nefastamente

Deixe seus sentimentos viverem em paz,

Riquezas diluem nossas vidas...

Esqueça-se de mim,

Deixem-me dormir, pois tenho sono...

Calem-te vozes soberbas da minha cabeça

Calem-te homens do meu Ser

Estou fatigada sem saber o que fazer,

Pois o verão já chegou inoportuno...

Desta vez sairei do meu cais ao mar aberto

E ao debandar-se com sols e chuvas;

Acordarei pro ano que já vai nascer...

E sem promessas viverei...

Apenas viverei novamente um começo.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 29/12/2008
Código do texto: T1357942