ALMA NUA

Minha nudez não é poderosa, Nuno.

É frágil e desprovida de auto defesa.

E se expõe de forma ingênua,

Quando pensa amar...

Ah, como ela tem se enganado,

Caro e generoso amigo!

E vestir sua roupagem de volta,

É complicado e bem difícil.

Nisto podes e deves acreditar!

A alma quando tira sua roupagem,

Em nome do amor e não em nome da morte,

Ao se vê amando sozinha,

Fica nua a vagar por caminhos perdidos.

Penando, chorando a sonhar...

Seja aqui, aí ou em qualquer lugar!

Não importa, pois a direção

Não mais existe.

Seus dias passam a ser,

Apenas tristes...

Todavia, quem sabe um dia,

Minha alma nua e cansada de vagar,

Não encontre uma nova roupagem,

Que me deixe visível e bem bonita

E me faça de novo amar?