DEZEMBRO


Um frufru de asas mansas,
Anuncia o verão,
Vento suave balança,
Dança a neblina,
Nos cabelos da menina,
A pluma da dor,
Ofusca a cor,
Do vestido amarelo,
Acaricia o seu coração,
E traça um paralelo,
Com as batidas dos chinelos,
Pés em busca de um elo...
Miséria por todo canto,
No entanto,
(apesar do cansaço),
O seu mundo ainda é belo,
Nele habita a esperança,
Enche de nuança,
As asas – ou os passos,
Que lentamente se vão...