A GENTE ESQUECE !
Como um vulcão, prestes a explodir,
Extravasando larvas ardentes,
Deixei-me arrastar pelo dissabor,
A contrariedade e a irritação
Causados por atos e palavras sem calor.
Terrivelmente angustiado,
Sentindo que perderia seu amor,
Permaneci longo tempo, inquieto e perturbado,
O ressentimento espalhando o ódio
No triste caminho, que me levaram os passos.
Período de angústias, incertezas, agressividades,
As horas de amarguras se sucediam,
A alma fervendo em lembranças e saudades.
Venci distancias, procurando esquecer
Meus sonhos e pesadelos, ilusões e desilusões.
Mas o tempo... Sempre o tempo...
Solução para as sucessivas dificuldades,
Reestrutura o presente, Edificando um futuro promissor.
Novamente, sinto-me envolvido
Por poderosas correntes do destino,
Impulsionando-me em direção ao amor.
A tarde despedia-se com delicadeza,
Na praça, sinto a sua presença,
Extasiado, contemplo sua beleza,
Nos lábios um doce sorriso,
O brilho e a suavidade no olhar,
Trazendo a minha existência
De minhas guerras íntimas. A paz,
Das tempestades. A bonança,
A felicidade, na certeza de lhe amar.
Este amor, que em mim desabrochou,
Remanescente das cinzas, alguma coisa restou,
Mas sempre se esquece
O pranto que um dia chorou!...
E um pedaço da vida, que sem querer,
A gente desperdiçou!...
Elio Moreira