A GENTE ESQUECE !

Como um vulcão, prestes a explodir,

Extravasando larvas ardentes,

Deixei-me arrastar pelo dissabor,

A contrariedade e a irritação

Causados por atos e palavras sem calor.

Terrivelmente angustiado,

Sentindo que perderia seu amor,

Permaneci longo tempo, inquieto e perturbado,

O ressentimento espalhando o ódio

No triste caminho, que me levaram os passos.

Período de angústias, incertezas, agressividades,

As horas de amarguras se sucediam,

A alma fervendo em lembranças e saudades.

Venci distancias, procurando esquecer

Meus sonhos e pesadelos, ilusões e desilusões.

Mas o tempo... Sempre o tempo...

Solução para as sucessivas dificuldades,

Reestrutura o presente, Edificando um futuro promissor.

Novamente, sinto-me envolvido

Por poderosas correntes do destino,

Impulsionando-me em direção ao amor.

A tarde despedia-se com delicadeza,

Na praça, sinto a sua presença,

Extasiado, contemplo sua beleza,

Nos lábios um doce sorriso,

O brilho e a suavidade no olhar,

Trazendo a minha existência

De minhas guerras íntimas. A paz,

Das tempestades. A bonança,

A felicidade, na certeza de lhe amar.

Este amor, que em mim desabrochou,

Remanescente das cinzas, alguma coisa restou,

Mas sempre se esquece

O pranto que um dia chorou!...

E um pedaço da vida, que sem querer,

A gente desperdiçou!...

Elio Moreira

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 15/12/2008
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