A janela aberta

Entra em mim a brisa refrescante

E o odor apodrecido do curtume.

Também a luz do sol, o gigante,

Que a terra desertifica e pune.

O fundo de minh'alma recebe

Também o cheiro da roseira

Que em seu esguio caule

Traz uma vasta espinheira

Diante das contradições

Expostas ao meu coração

Posso escolher as opções:

Dizer que sim ou que não.

Aí está a beleza

De a janela não fechar.

Entrará, talvez, a tristeza,

Mas eu decido se vai ficar.