Poema Templário
Em minha constante luta contra o tempo
Nos caminhos perdidos do meu coração
Quantas lutas perdidas e quanto sofrimento...
Minhas recordações, apenas minhas
Posso dividi-las com alguém,
Posso escondê-las por mais um tempo.
Mas o tempo fere sentimentos guardados
O mesmo tempo que nos permite esquecer.
Na dor de uma nova desilusão
Reabrem-se as barreiras temporais
E eis que ressurgem nossos monstros
Novos monstros e nova dimensão,
Damos vida, cor, tamanho e personalidade
E esquecemo-nos da invenção
Nossa própria criação
Outro caminho perdido que se reabrirá.
Vil e cruel, tão bonita outrora
Criatura nefasta, sinistra e perigosa
Não a vemos, pois não temos olhos
Não os temos para enxergá-la.
Não ouvimos, pois não a sentimos
Mas ela vive dentro de nós
E arrasa e maltrata e fere.
É preciso mais força para domá-la
É preciso de tempo e de amor.
Pois não é qualquer um que enfrenta
Nem o Sol, nem o fogo, nem a espada.
Somente algo sublime, terno e divino
Matamos um monstro a cada dia,
Mas não nos damos conta.
Enfrentamos um exército inteiro,
Mas não temos a menor noção
Não podemos ter, pois não queremos
Saber que a luta diária e mais perigosa,
A luta onde nossa arma é o tempo,
A espada que leva na ponta o amor,
Está tudo em nós mesmos.
Nossas angústias e desesperos,
Pois só é feliz aquele que se conhece,
Aquele que, enfim, se merece.
E depois da batalha, a recompensa
Outro caminho a seguir
Outro monstro a enfrentar.
Não há solidão se existir
Este caminho para trilhar.