ESPERA


  


Ainda não cansei de esperar o sonho louco,
O sono que é pouco, a insensatez dos homens,
A pouca ilusão, enfim eu ainda não cansei
De esperar.
Eu ainda não cansei dos desenganos,
Não me deixei dominar pelo cansaço,
Nem pelo descaso desta solidão,
Do ter que esperar.

Não me cansei ainda de chorar meu canto,
Se às vezes canto,
Nem da tristeza emitida pelo pranto triste
Se às vezes dói.
Porém, o que às vezes dói ainda
É esta saudade imensa de nem sei o quê
E a solidão deste coração que nem tem por que
Pulsar tão fortemente.

Mesmo assim, ainda não cansei de chorar meu canto,
Ou cantar meu pranto feito de silêncio,
Onde às vezes, lágrimas me regam a vida
E servem de alento para os desenganos
Que já foram tantos!
Não, eu ainda não cansei de esperar
Pelos desenganos que já foram tantos
De esperar pela esperança,
Pelo sonho louco, por meu amanhã.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional