MUSAS NÃO DEVEM CHORAR
Não posso admitir tua tristeza, tal como ignoro primaveras desprovidas de jardins;
Almas de querubins são tão inebriantes, que nunca deveriam chorar;
Foi para elas que Deus criou o mar, é delas os montes esperançosos e seus confins;
Mesmo seus açoites que não passem de festins, e não se apague quem nasceu para brilhar!
Do alto de tua sublimidade, contempla ó anjo meu, os teus opositores;
São peças figurando como atores, servindo a um teatro de roteiro previsível;
Por mais que te pareça impossível, todavia, transitórias serão tuas dores;
E esse teatro de horrores fechará suas cortinas para o aplauso digno de teu nível!
Enxuga o pranto que persiste a deslizar por esse rosto de princesa;
Avista o que há além dessa tristeza, porque nenhum vazio será maior que teu triunfo;
Fazendo uso desse grande trunfo que é a tua posse da verdadeira beleza;
Tua felicidade voa na vanguarda da certeza, teu medo é grão e tua sorte há de ser mundo!
E assim, que passe sem vestígios essa tormenta e a solidão que te atormenta;
O que não for real a gente inventa, pra ver o sol no céu e aqui na Terra o teu sorriso;
Um dia atrás do outro é como aviso de que a brisa vencerá a tempestade que venta;
E se a caminhada for lenta, pra te ver feliz, apresso o tempo, se for preciso!
"Sei que há espinhos nas flores, mas eles existem para protegê-las e não para ferí-las"