Carta a um suicida

Não desistas da vida só porque te parece cruel

Esqueças tudo

Amplie horizontes

Vença barreiras

Descubra a verdade sob máscaras irreconhecíveis

Faça novo o vigor outrora perdido

Ressurja dos escombros da última catástrofe

ó esperança.

Continue andando sob areias escaldantes

de ermos castigados pelo sol.

Ou então pare, e deixe-se alcançar pela sombra letal

[que te persegues.

Deixe-se sufocar pela névoa tóxica que se forma

[em seu peito.

Aceite o convite dos uivos do vento frio que bate

nas janelas daquela torre.

Escondes o que sente sob um manto de falsa felicidade, sob um sorriso

árido.

Percebo que não mais vives, apenas esperas a morte

noiva mórbida que a todos levará um dia.

Reviva, acorde enquanto é tempo.

Abras os olhos antes do fim.