Ânsias de um jovem Esperança

Quero alimentar-me das letras

Encher-me desse líquido sustoso e vivo...

Quero, quero muito mergulhar no conhecimento,

No conhecimento verdadeiro, que traz a luz, a verdadeira

Esse conhecimento que é a própria luz!

Eu quero desenterrar o que o homem enterrou há tanto tempo

O que eles abandonaram, perderam, esquerceram

Eu quero destacar-me neste mundo de homens-robôs,

Onde "homem" é sinônimo de "produto barato".

Eu quero navegar nos livros da Deusa Filosofia

Quero embrenhar-me na mata da descoberta

Onde poderei encontrar o tesouro que

Eu já sei onde está.

Quero não me entregar a essa vaidade de vida

Corriqueira, sem valia, que os tolos homens da atualidade vivem.

Eu quero viver de verdade...

Não quero ter um repôlho dentro de minha cabeça.

Não! Não! Não! Não! Jamais!

Eles não vão conseguir me alienar. Nunca jamais!

Eles não vão me derrubar.

Eu vou entregar-me a ti, completamente, ó

Meu santo conhecimento, meu pensamento valioso.

Tu serás minha;

Não te abandonarei, como o fizeram esses torpes

E nojentos vermes que aposentaram o pensamento.

Não! Eu quero ser diferente!

Eu vou protestar, vou lutar. Eu vou é viver de verdade.

Aqueles tolos esqueléticos que pensam viver

Não vivem nada, não... e tampouco pensam de verdade.

Os outros vermes asquerosos e ignorantes

São quem pensam que pensam por eles...

mas eles também não pensam.

Todavia, querem ditar o significado do homem e da vida,

E os outros otários, aqui debaixo, seguem à risca os

Dogmas mundanos desses sem caráter.

O significado do homem não é mercadoria;

E o da vida não é consumismo, destruição, gozo e prazer...

Não, nada disso.

Isso digo, e afirmo, e confirmo. Digam o que quiserem,

Vermes asquerosos e nojentos.

Oxalá alguém lesse isto nesse instrumento de alienação

Que chamam de televisor.