Caminho de Espinhos
Ás vezes, penso estar perdida e engano-me...
É o momento de olhar pra Ti e ouvi-Lo!
A nitidez de sua voz é tamanha, que espanto-me!
A luz que clareia meu caminho faz-me continuar segui-Lo!
Olho para o passado e contemplo tudo
Não me causa mais dor como um dia causou!
Observando o que passou, tornando-me mudo...
O passado é caminho obscuro onde o que passou ficou!
O passado é tela assombrosa
Pintado de dores, sofrimentos e decepções...
São ramos de espinhos e ladeira rochosa...
Enganos, tormentos e desilusões...
Relembro-me de cada obstáculo que surgiu
E cada rasgo na pele ao ultrapassá-lo...
Mesmo ás vezes achando que Tu me puniu...
Nunca deixei de amá-Lo!
Chegou o momento de atravessar o portal...
De permitir a transformação deste corpo...
Liberto-me do casulo de reles mortal...
Para voar no vento do Teu sopro!
Olho os caminhos passados e medito...
Parecem ter sido construídos de espinhos...
Mesmo assim, cada dia ruim foi bendito...
Quantos passam por pior sozinhos...
Entre os espinhos nunca houve ninguém...
Para me livrar das armadilhas armadas...
Sempre pedi socorro a alguém...
Sempre ostra e ilha...Isoladas...
Já houve um tempo que questionei-Te...
Por que tanto sofrimento para uma pessoa só?
Tua existência quantas vezes... Duvidei-Te!
Quantas vezes pedi para ter-me dó...
Eu olho cada cicatriz no meu corpo...
Cada uma conta à história de uma batalha...
Cada uma estendeu-me ao léu...Morto!
Cada uma fez-me uma grande muralha!
A fonte de dor ainda jorra insistente...
Mas eu não consigo mais sentir dor!
O sofrimento ao meu lado competente...
Mas não consigo sofrer, seja pelo que for...
Eu olho os caminhos passados...
Todos de espinhos cobertos...
Meus pés em charcos de lodo afundados...
Seguindo caminhos incertos...
Hoje vejo com clareza...
Revestidos de tantos espinhos...
Depois de passá-los vejo Tua grandeza...
Existem rosas brilhando pelos caminhos...
Quando por lá passei tanto me machuquei...
Mas depois da dor a Luz sanadora!
Hoje posso olhar o passado e quando a luz vem...
Brotam nos espinhos rosas depois que vou embora!
São Paulo, 25 de Novembro de 2008, 01:00