Expiação
Esperam meus livros de poesia.
E este verso expia um tropeço,
Desta música leve, assobia,
De uma vida que já não mereço.
Se te confesso apraz um tormento,
Esta letra liberta o meu coração,
De um pecado atroz, traz o vento,
Como leve embalo da tua canção.
Como tem sorte o teu momento!
Quisera congelar-te a alma azul.
Por isso que jogo o laço no tempo
A espera de um olhar em comum.
Os pensamentos roubam os dias,
Projetam o divino encanto que És.
É um turbilhão de idéias vazias
Como a vibrante bateria do Jazz.
Então a aurora apressa minha partida.
Não há mais porque ficar aqui parada.
Quero um único compromisso na vida:
A rima, mais nada.