PETER PAN

Ainda quero rever um dia

Espero que esteja próximo

Neste mesmo espelho mágico

Onde há hoje apenas exibida

A eterna máscara tristonha

E tão repetida

Um dia eu a busquei risonha

Em vez disso ei-la sem graça

E tão enfastiada

Quisera um milagre

Transformá-la em nova criança

Cativante e sincera

De novo, viçosa primavera

Recobrado o autêntico sorriso

Banido agora de seu rosto sério

Apertado entre as mãos

Tal máscara de gente grande

Esquecida de infância

Sonhei vê-la livre

Entretida nos brinquedos

Fantasiada de princesa

Do reino da alegria sem segredos

À espera do momento mágico

Em que a nuvem reaparece

No galope do cavalo branco

De São Jorge e sua espada brilhante

Contra o inimigo, monstro dragão

Longe! De sonhos mal vividos

De tristes horas solitárias

Longe do tempo comprido

O feio tempo de brincar de gente grande.

MCC Pazzola